O cinema não é apenas uma forma de arte, mas também um agente transformador de vidas e mudanças sociais. Desde a sua criação, no final do século XIX, a sétima arte muda a visão que as pessoas têm sobre o mundo e explora realidades de maneira a nos transportar para dentro da tela e vivenciar, em apenas algumas horas, uma vida inteiramente nova, algumas vezes melhor do que a nossa, outras pior.
É assim que o cinema funciona. Eternamente questionador e transformador, é uma arte que adora quebrar regras, fundamentos e barreiras. Muitas coisas como conhecemos em nosso mundo contemporâneo vieram de uma tela grande, de um filme e sequer nos damos conta. Você sabia que as regatas masculinas eram consideradas roupas de baixo? Foi graças ao filme Aconteceu naquela noite, de 1934, e ao personagem estrelado por Clark Gable, que aparece com o peito nu ao tirar a camisa, que essa vestimenta deixou de ser usada por baixo da roupa social. Sabia que até meados da década de 50, as pessoas entravam e saiam das salas de cinema a hora que bem entendiam, independente se o filme já havia começado ou antes do seu fim? Foi o longa Psicose, de 1960, que mudou esse conceito. Esses são apenas pequenos exemplos do quanto o cinema está presente em nossa vida diária.
Socialmente, o cinema já contestou governos, como no filme Metrópolis, de 1927, que refuta o poder totalitarista e critica a mecanização da vida nas grandes cidades. Com o passar dos anos, foi criado o gênero documentário, para trazer ainda mais força aos questionamentos sociais. Grandes diretores surgiram em mais de um século de existência que nos fazem perceber questões que nem sempre nos damos conta. Violência, capitalismo, brigas de poder, desigualdade e preconceito são apenas alguns dos problemas já questionados em filmes.
Mas a sétima arte vai além. Não é apenas uma questão cultural ou um entretenimento eficaz. Mais do que isso, o cinema muda a vida de cada um de diferentes maneiras e pode se tornar um refúgio quando a vida se torna complicada. Ele expressa palavras que nem sempre conseguimos dizer, nos faz rir, chorar e sempre querer mais.
O cinema é uma força motora que move mundos, mas que, acima de tudo, nos move.